Melissa
É de se esperar certa sensibilidade de alguém que está de coração partido,no entanto, Melissa possui essa sensibilidade de forma exacerbada.Sua desconfiança nas pessoas e nos sentimentos destas a deixaram como uma característica, que para ela é seu escudo, a frieza.
— A ultima coisa que eu queria é o que está acontecendo agora. — reclama ela, sozinha, sentada com o queixo sobre o joelho, em sua varanda escura.
Os últimos acontecimentos de sua vida não foram agradáveis. Se mudou da casa de seus pais há 2 meses. Fez isso literalmente de um dia para outro, depois que seu pai chegou bêbado em casa e quebrou a mesinha de centro da sala, enquanto sua mãe fumava no canto da parede, rindo da situação. Cenas assim eram comuns em sua família, se é que ela considerava eles como família. Com o dinheiro que juntou do vil salário que ganhava trabalhando em uma loja de conveniência, conseguiu pagar o primeiro aluguel de um quarto no quinto andar de um apartamento no centro da cidade. Para onde se mudou sem lamuriar-se.
Não era maior que seu antigo quarto. Havia uma cama perto da porta. Do outro lado uma mini geladeira enferrujada de luz amarela. Uma mesa com um microondas preenchiam a parede paralela à da cama, uma portinha ao final levava ao pequeno banheiro que, no entanto, possuía uma grande e antiga banheira verde lodo, da qual Melissa prezava em ficar horas dentro dela. Uma tv e uma grande porta de vidro completam a visão que Mel tem de seu quarto. A porta de vidro leva a uma pequena e confortável varanda que têm a vista da cidade. Melissa costumava passar sua manhã e tarde encarando a cidade, de seu quarto amarelo mostarda, antes de ir às 21 horas para o trabalho.
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